A dor do progresso - Camila Reis Peregrino

As epidemias já dizimaram diversas populações das mais distintas regiões da terra, devido à rapidez de disseminação que elas apresentam. A peste bubônica, a febre amarela, a gripe espanhola e, recentemente, a gripe suína são alguns exemplos de doenças que aterrorizaram a população, principalmente pela facilidade de contágio e pela falta de informações até então existentes. No entanto, apesar do grande número de mortes que os surtos de doenças geralmente provocam, ainda é possível obter consequências positivas desse problema imposto à humanidade. Não há nada mais eficiente que o medo e o pânico causados pela morte de milhares de pessoas, vítimas de uma nova doença, para unir as forças mundiais em prol da sobrevivência da própria humanidade. É dessa união desesperada que novos conhecimentos científicos e avanços tecnológicos são alcançados, os surtos epidêmicos são contidos e toda a sociedade...
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Um século de aprendizado - Laís Verzenhassi Toledo

O ano era de 1918 e havia milhares de corpos estendidos em lugares públicos. A morte se tornou tão comum naquele ano que cenas assim já não faziam parte da ficção, mas vistas diariamente. Naquele ano, os rostos rosados de moças e rapazes tomavam estranha coloração e manchas apareciam em seus corpos febris; calafrios e desconforto os acompanhavam até o momento em que seus pulmões, cheios de fluidos, perdiam a capacidade de respirar e seus corpos se entregavam à morte. Morreu-se em corredores de hospitais, velou-se às pressas e enterrou-se em qualquer lugar. A gripe espanhola deixou mais de 40 milhões de mortos e foi a mais devastadora pandemia já vista na história. O homem nada pôde fazer para vencer sua própria fragilidade diante da natureza. Quase um século depois, a humanidade se deparou novamente com uma doença de semelhante capacidade letal: a gripe suína.Começou timidamente e logo...
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