(...)
“—— Severino, retirante,
deixe agora que lhe diga:
eu não sei bem a resposta
da pergunta que fazia,
se não vale mais saltar
fora da ponte e da vida
nem conheço essa resposta,
se quer mesmo que lhe diga
é difícil defender,
só com palavras, a vida,
ainda mais quando ela é
esta que vê, severina
mas se responder não pude
à pergunta que fazia,
ela, a vida, a respondeu
com sua presença viva.
E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida
como a de há pouco, franzina
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina.”
(Morte e Vida Severina. João Cabral de Melo Neto)
Thaís Rodrigues de Oliveira:
O carpina diz a Severino que não há modos de explicar a vida. Nós, humanos, não temos capacidade de explicar ou nos convencer dos motivos da vida: a vida, por si só, se explica. Naturalmente, a vida se renova, mesmo que fraca e miserável como no nordeste; a vida com seu espetáculo, valendo ou não a pena, continua.
Mariana Franco:
Severino pergunta se não é melhor deixar a vida que viver naquelas condições de retirante e, em vez de uma resposta, o que se segue é um acontecimento que mostra o espetáculo da vida: uma criança que tinha tudo para não nascer e que nasceu, e foi recebida pela vida. Ou seja, mesmo quando as circunstâncias são as piores, a vida continua, ela teima em continuar.
Dayane Xavier Pinto:
Encontrar respostas para todas as perguntas e indagações da vida é praticamente um tarefa impossível. Para a vida e o sentido para viver não há palavra que resuma ou justifique, apenas os sinais do próprio viver. Como disse Clarice Lispector: "viver ultrapassa qualquer entendimento", afinal até quando a vida caracteriza-se como "severina" ela encontra formas de nos surpreender e nos devolver a coragem para viver.
Monique Cristina de Oliveira:
Na mensagem final do texto, observei que José, homem simples, não encontra ao certo a resposta para a dúvida de Severino: se no final vale a pena ter vivido naquelas condições em que se encontravam. Porém, após o nascimento da criança, atreve-se a fazer uma reflexão de que na vida existem altos e baixos e às vezes as coisas não acontecem da forma como gostaríamos. No entanto, sempre há uma esperança que nos guia e nos permite vivenciar as coisas boas da vida, que muitas vezes são raras, mas o fato de existirem já faz com que tenha valido a pena e ameniza, e ameniza o sofrimento de se ter uma vida severina.
Kathelem Santiago Santos:
Não há como responder se vale a pena viver ou não, só o presente de ter a vida pode nos responder isso, pois se temos a oportunidade de viver o espetáculo da vida, mesmo que não tenhamos tudo do bom e do melhor, mesmo que passemos por dificuldades, por fome, devemos ao menos tentar ter uma existência digna e não desisitir de nós mesmos. Só a pessoa que aprecia a vida é capaz de entender se vale a pena ou não viver, independente das condições financeiras, pois alguma coisa boa a vida pode nos proporcionar em algum momento.
Tamires Zupirolli Fernandes:
Por mais difícil que a vida possa ser, ela é feita para ser vivida. Há momentos difíceis em que a morte parece ser a única saída para uma vida melhor, mas será que se matar não é injusto? Se explorarmos o mundo, vamos ver que há pessoas que sofrem mais do que nós.
No final do texto, percebe-se que Severino já fica na dúvida se vale meso a pena desistir da vida, após tudo o que ele presenciou.
Existem vários tipos de vida severina, sendo uma melhor ou pior que a outra. No final, Severino não consegue concluir se a dele é realmente a pior de todas, embora não existam argumentos suficientes para expressar por que vale a pena continuar com essa vida. Passa a impressão de que ele quer deixar a vida continuar, pois, quem sabe, algo pode mudar.
Mony Gabrielle Toledo Belori:
No trecho final é lançada a mensagem de que a vida não deve ser tratada como algo corriqueiro, mas deve ser apreciada em cada detalhe, mesmo quando surge nas condições de maior adversidade e sofrimento, enfim, que a vida deve ser considerada como uma dádiva e jamais deve ser menosprezada.
Thaís, Mariana, Tamires, Monique e Kathelem;
À frente: Mony e Dayane.