Localizada no interior do Estado de São Paulo, Limeira já foi muito conhecida por ser a capital da laranja e por abrigar a primeira fazenda que recebeu imigrantes como trabalhadores no final do século XIX. Com o passar dos anos, os setores que sustentam a economia de Limeira mudaram, e hoje a cidade tornou-se a capital da joia folheada.
Grande parte da população da cidade trabalha e sustenta suas famílias com a fabricação de bijuterias, que inclui solda, montagem e banho (tratamento químico que dá brilho às peças), com a comodidade de serem montadas em fabriquetas de fundo de quintal e banhadas em grandes ou pequenas empresas, clandestinas ou legalizadas.
No entanto, uma questão muito discutida aqui é o impacto ambiental causado principalmente por empresas não regularizadas, geralmente situadas em bairros da periferia da cidade. Por não terem condições básicas de funcionamento e pela ganância dos proprietários que só visam ao lucro e não tratam seus resíduos químicos, despejam tais substâncias, provenientes do processo produtivo dos folheados, diretamente no esgoto de Limeira. Como conseqüência disso, as águas fluviais da cidade apresentam grande quantidade de metais pesados, como cromo, níquel, cobre e chumbo – um risco para a saúde e o bem-estar dos cidadãos, que, em contato com esses metais, podem ser acometidos de problemas gastrintestinais, anemia, danos no sistema nervoso central, disfunção renal, entre outros.
Entretanto, são essas empresas poluidoras que mais empregam a população humilde da cidade, que por ter poucos recursos de renda e educação, aceita trabalhar nessas fábricas, mesmo correndo riscos de contaminação, muitas vezes sem registro em carteira de trabalho e sem direitos básicos como décimo terceiro salário e licença-maternidade.
Já os proprietários alegam que os custos para o tratamento e regularização da empresa são altos, assim como as exigências para a legalização são absurdas, inviabilizando a produção.
De acordo com a Associação Limeirense de Joias (Aljoias), o custo para o tratamento de resíduos químicos é viável, até mesmo para as pequenas empresas, e o rigor é necessário para a legalização, já que esse setor expõe as pessoas a alto risco, direta ou indiretamente.
Do meu ponto de vista, deve-se investir em projetos educacionais de formação profissional para que esses trabalhadores possam competir no mercado de trabalho e exigir seus direitos. Também é necessário fiscalizar com eficácia, punir e até mesmo promover o fechamento dessas empresas que não tratam seus resíduos e, portanto, desobedecem às leis ambientais. Consequentemente, com a regularização e a profissionalização dos trabalhadores desse setor, a economia, a saúde dos cidadãos e a infraestrutura de Limeira melhorarão.
Todos querem brilhar: ao comprar uma joia folheada, os consumidores querem brilhar; as empresas, ao crescerem, gerarem empregos, aumentarem seus lucros, querem brilhar; o município quer aumentar os índices de desenvolvimento, e, portanto, também quer brilhar. Mas não podemos permitir que as nossas águas percam o brilho, afetando a saúde da população.
É claro que as medidas citadas não irão solucionar todos os problemas dos limeirenses com relação a essas empresas, mas, pelo menos, a tentativa para resolvê-los vale; afinal de contas, como dizia Karl Marx, sociólogo alemão, de nada valem as ideias sem homens que possam pô-las em prática.
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Grande parte da população da cidade trabalha e sustenta suas famílias com a fabricação de bijuterias, que inclui solda, montagem e banho (tratamento químico que dá brilho às peças), com a comodidade de serem montadas em fabriquetas de fundo de quintal e banhadas em grandes ou pequenas empresas, clandestinas ou legalizadas.
No entanto, uma questão muito discutida aqui é o impacto ambiental causado principalmente por empresas não regularizadas, geralmente situadas em bairros da periferia da cidade. Por não terem condições básicas de funcionamento e pela ganância dos proprietários que só visam ao lucro e não tratam seus resíduos químicos, despejam tais substâncias, provenientes do processo produtivo dos folheados, diretamente no esgoto de Limeira. Como conseqüência disso, as águas fluviais da cidade apresentam grande quantidade de metais pesados, como cromo, níquel, cobre e chumbo – um risco para a saúde e o bem-estar dos cidadãos, que, em contato com esses metais, podem ser acometidos de problemas gastrintestinais, anemia, danos no sistema nervoso central, disfunção renal, entre outros.
Entretanto, são essas empresas poluidoras que mais empregam a população humilde da cidade, que por ter poucos recursos de renda e educação, aceita trabalhar nessas fábricas, mesmo correndo riscos de contaminação, muitas vezes sem registro em carteira de trabalho e sem direitos básicos como décimo terceiro salário e licença-maternidade.
Já os proprietários alegam que os custos para o tratamento e regularização da empresa são altos, assim como as exigências para a legalização são absurdas, inviabilizando a produção.
De acordo com a Associação Limeirense de Joias (Aljoias), o custo para o tratamento de resíduos químicos é viável, até mesmo para as pequenas empresas, e o rigor é necessário para a legalização, já que esse setor expõe as pessoas a alto risco, direta ou indiretamente.
Do meu ponto de vista, deve-se investir em projetos educacionais de formação profissional para que esses trabalhadores possam competir no mercado de trabalho e exigir seus direitos. Também é necessário fiscalizar com eficácia, punir e até mesmo promover o fechamento dessas empresas que não tratam seus resíduos e, portanto, desobedecem às leis ambientais. Consequentemente, com a regularização e a profissionalização dos trabalhadores desse setor, a economia, a saúde dos cidadãos e a infraestrutura de Limeira melhorarão.
Todos querem brilhar: ao comprar uma joia folheada, os consumidores querem brilhar; as empresas, ao crescerem, gerarem empregos, aumentarem seus lucros, querem brilhar; o município quer aumentar os índices de desenvolvimento, e, portanto, também quer brilhar. Mas não podemos permitir que as nossas águas percam o brilho, afetando a saúde da população.
É claro que as medidas citadas não irão solucionar todos os problemas dos limeirenses com relação a essas empresas, mas, pelo menos, a tentativa para resolvê-los vale; afinal de contas, como dizia Karl Marx, sociólogo alemão, de nada valem as ideias sem homens que possam pô-las em prática.
SOBRE O AUTOR Thairiny Cristiane Ribeiro Turma: 2.5 Ano: 2010 Thairiny foi medalhista de Ouro na Olimpíada de Língua Portuguesa em 2010 |