Fotos da festa de encerramento do ano letivo, com a turma 2.3 (2009)....
Narrativa UNICAMP 2008 - Cláudia Maria Coleoni
Saí do consultório médico abalada. Minha mente divagava, passeando por aquele infindável corredor, esquivando-se, desajeitada, das barreiras que a vida acabara de me impor, tentando esquecer o que definitivamente faria parte de mim a partir daquele momento. Meus passos eram indefinidos e pareciam me levar a lugar algum. Aliás, desejei não ter de ir a lugar algum. Desejei estar sonhando. Desejei não existir, mas existia. E precisava lutar para continuar existindo.
Sentei-me num canto da sala de espera, isolada, com minha nova realidade em mãos, sem acreditar no que via. Reli em voz alta: “AIDS”. Aquela palavra fez o tempo parar, fez meu mundo desmoronar, fez-me querer fugir de mim mesma, correr para o passado, mudá-lo. Senti minha garganta apertar, o fôlego esvair. O som daquelas letras aos poucos foi me consumindo, impregnando meus pensamentos. “O que meus pais pensarão de mim? E os meus...
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Narrativa - UNICAMP 2008
Narrativa UNICAMP 2008 - Juliana Gobbi
Aquele cheiro de hospital nunca me reprimiu, mas naquele dia embrulhou meu estômago. Sentia a bile subindo a garganta. O som do tic-tac do relógio tornava a espera ainda mais longa. Fiquei mergulhada em pensamentos, em meu ato negligente que me rendera toda aquela preocupação.
Uma voz dissipou meus pensamentos, era o Doutor Danilo chamando pelo meu nome. Entramos no consultório, em silêncio absoluto.
- Eu sinto muito, mas os exames revelaram que a senhorita é soropositiva, disse ele.
Lágrimas escorriam pela minha face, um choro de desespero. Demorei alguns minutos para me acalmar, e então o doutor disse:
- Sei que é difícil, sinto muitíssimo mesmo. Mas o quanto antes começarmos com os medicamentos melhor vai ser o resultado. Eu vou lhe explicar como a sua doença funciona.
Só disse que sim, eu já sabia como a doença funcionava, afinal era uma enfermeira. Mas eu só não queria sair dali,...
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Narrativa - UNICAMP 2008
Preconceito Sexual ou Convenção Social? - Alexandre Montesso Bonomi
"Há em nossa sociedade, desde a antiguidade até os dias atuais, o emprego da palavra "preconceito" em muitos de nossos conceitos sociais. Este é tema de diversas discussões que deveriam ser, de uma vez por todas, abolidas. Uma das mais violentas formas de preconceito é o que diz respeito à homossexualidade.
Não é novidade a tomada de convenções sociais por nossa sociedade, sendo elas atuais ou conservadas de tempos anteriores. Tomando o casamento como exemplo, quem foi que disse que o mais certo é casar-se e não morar apenas sob o mesmo teto? E quem o limitou para os heterossexuais? Decidido por um grupo limitado de pessoas e aceito pela sociedade em geral, este é apenas um exemplo que revela que não há sentido para o preconceito sexual, senão a convenção social, passando muitas vezes imperceptível no dia-a-dia.
Essas convenções fazem com que mantenhamos opiniões preconceituosas de épocas...
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Dissertação
Preconceito: um problema sem solução! - Caroliny Evangelista
No decorrer dos séculos, muitas mudanças acontecem em nossa sociedade: os valores sociais vão se transformando e situações inesperadas surgem constantemente, mudando até mesmo os princípios morais em vigor.
Como exemplo, podemos citar a homossexualidade, que desde o século XIX é considerada uma das causas de mudanças dos valores morais da humanidade. Os homossexuais chegaram a ser considerados portadores de anomalia ou mesmo criminosos nos séculos passados, e o preconceito permanece até os dias atuais.
A Igreja Católica, desde o seu princípio, exerce excessiva influência sobre a sociedade. Para os homossexuais, ela sempre foi uma grande barreira, pois impede a realização da união civil entre eles. A Igreja justifica essa atitude com a afirmação de que se houvesse a liberação desse tipo de matrimônio, ela afetaria os valores morais da humanidade e isso seria um ato indevido.
Como resultado...
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Dissertação
Respeito Legal - Aline Prata
Igualdade Social. Este vem sendo o objetivo que une e move uma grande massa composta por todos os sexos, etnias, condições sociais e – por que não? – opções sexuais ao redor do mundo.
A nossa sociedade sempre pregou ideais contra qualquer tipo de preconceito. Motes como “liberdade de escolha”, “direitos iguais para todos” foram bradados aos quatro ventos. Porém, ao trazê-los para nossa realidade cotidiana, notamos quanta hipocrisia essas falas escondem; principalmente no que diz respeito à homossexualidade. Prova disso é o próprio código penal, no qual existe um artigo que torna crime discriminações por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil na hora da contratação de funcionários; mas ainda não faz menção à opção sexual.
Devemos levar em consideração que as leis nada mais são que um reflexo das demandas da própria sociedade, a qual, apesar de vir evoluindo ao longo dos anos, mostra-se...
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Dissertação
Morte e Vida Severina
(...)
“—— Severino, retirante,
deixe agora que lhe diga:
eu não sei bem a resposta
da pergunta que fazia,
se não vale mais saltar
fora da ponte e da vida
nem conheço essa resposta,
se quer mesmo que lhe diga
é difícil defender,
só com palavras, a vida,
ainda mais quando ela é
esta que vê, severina
mas se responder não pude
à pergunta que fazia,
ela, a vida, a respondeu
com sua presença viva.
E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida
como a de há pouco, franzina
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina.”
(Morte e Vida Severina. João Cabral de Melo Neto)
Thaís Rodrigues de Oliveira:
O carpina diz a Severino...
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Comentários de textos lidos
A dor do progresso - Camila Reis Peregrino
As epidemias já dizimaram diversas populações das mais distintas regiões da terra, devido à rapidez de disseminação que elas apresentam. A peste bubônica, a febre amarela, a gripe espanhola e, recentemente, a gripe suína são alguns exemplos de doenças que aterrorizaram a população, principalmente pela facilidade de contágio e pela falta de informações até então existentes. No entanto, apesar do grande número de mortes que os surtos de doenças geralmente provocam, ainda é
possível obter consequências positivas desse problema imposto à humanidade.
Não há nada mais eficiente que o medo e o pânico causados pela morte de milhares de pessoas, vítimas de uma nova doença, para unir as forças mundiais em prol da sobrevivência da própria humanidade. É dessa união desesperada que novos conhecimentos científicos e avanços tecnológicos são alcançados, os surtos epidêmicos são contidos e toda a sociedade...
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Prêmio Gazeta de Limeira
Um século de aprendizado - Laís Verzenhassi Toledo
O ano era de 1918 e havia milhares de corpos estendidos em lugares públicos. A morte se tornou tão comum naquele ano que cenas assim já não faziam parte da ficção, mas vistas diariamente.
Naquele ano, os rostos rosados de moças e rapazes tomavam estranha coloração e manchas apareciam em seus corpos febris; calafrios e desconforto os acompanhavam até o momento em que seus pulmões, cheios de fluidos, perdiam a capacidade de respirar e seus corpos se entregavam à morte. Morreu-se em corredores de hospitais, velou-se às pressas e enterrou-se em qualquer lugar.
A gripe espanhola deixou mais de 40 milhões de mortos e foi a mais devastadora pandemia já vista na história. O homem nada pôde fazer para vencer sua própria fragilidade diante da natureza.
Quase um século depois, a humanidade se deparou novamente com uma doença de semelhante capacidade letal: a gripe suína.Começou timidamente e logo...
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Prêmio Gazeta de Limeira
Fotos durante as aulas
Nossos estudos
Fotos tiradas durante as discussões das aulas de Português.
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Oficial
O Último Pedaço de Pizza - Gustavo Alexandre Crosgnac Fracalossi
O final de semana havia sido maravilhoso, a festa com toda a família no domingo à noite encerrou o feriado com todos os pratos pesados possíveis: pizza, macarrão, lasanha etc. Era de se esperar que tudo aquilo tivesse que sair.
- Júlio, vá dormir, querido, você tem aula amanhã! – avisou minha mãe.
Acabei o meu último pedaço de pizza e fui direto pra cama.
No dia seguinte, primeiro dia letivo do 9º ano, acordei como se tivesse dormido cedo, a ansiedade e a alegria de reencontrar os amigos me mantinham acordado. Como era de costume, minha mãe me deixou na porta da escola. Aproveitei a meia hora antes da primeira aula da melhor maneira possível, colocando todas as novidades das férias em dia com o pessoal.
O sinal bateu. Entrei na sala de aula e procurei a cadeira em que costumava me sentar desde o 6º ano: fileira do meio, no meio da fileira. Quase ao mesmo tempo que os alunos, entrou o novo...
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Crônica
Uma entrevista de trabalho - Elisa Dell'Arriva
- Roberto Siqueira. – chamou a recepcionista.O homem dirigiu-se ao balcão, assinou sua presença, e então caminhou até a terceira porta a direita , onde seria sua entrevista. Bateu na porta entreaberta.- Pode entrar.O rapaz o fez.- Com licença, senhor.- Sente-se, por favor. Alberto, certo?- Roberto. Roberto Siqueira.- Claro. Desculpe-me a confusão. São tantos nomes... Enfim, você é publicitário, certo?- Correto.- Você já trabalhou em algum lugar?- Sim. Já trabalhei para a sede brasileira da Coca-Cola Company.- Isso é bom. Mas por que você não trabalha mais?- Pedi demissão. Queria começar a trabalhar como publicitário.- E o que você fazia lá?- Eu era atendente do SAC via telefone.- Ah! Percebo. E você já trabalhou em alguma empresa como publicitário?- Não. Esta é minha primeira tentativa.- E você já fez algum trabalho independente? Publicou alguma coisa? Como publicitário, lembre-se.- Eu já...
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Crônica
Uma chamada mal entendida - Lucas Schiolin Silveira
Era quarta-feira, à tardezinha. Estava em uma reunião importante, resolvendo pendências, mas tudo dentro da simples normalidade. Eis que entra afobada (e como sempre, descabelada), a secretária:– Seu Nunes! Seu Nunes!Pedi licença, retirei-me da reunião, e fomos até o hall. Algo me dizia que aquilo não era boa coisa. Disse:– Acalme-se, Sandra! Sente-se, respire fundo e diga-me: o que aconteceu?– Ai, Seu Nunes! Seu filho se machucou e foi para o hospital.– Meu Deus! Explique isso direito!– Sua mulher ligou. A ligação estava ruim. Ela queria falar com o senhor e eu disse que não era possível porque estava em reunião. Então ela me pediu para passar o recado: ”O menino caiu do escorregador e foi levado para o hospital”. Depois a ligação caiu.Fiquei transtornado. Meu filho estaria bem? Sabia que não devia tê-lo colocado na pré-escola. Ele só tem três anos! Liguei para a escola e perguntei:– Sou...
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Crônica
Não importa, é virose - Giulia Cristina Ortolan
Lourdes já estava nervosa. Fazia quase uma hora que ela havia chegado ao hospital e ainda esperava chamarem a sua senha.
- 506
- Sou eu – gritou.
Ela encaminhou-se então para sala do médico. Entrou, sentou-se e olhou logo para o crachá do médico onde se lia “Dr. Batista”.
- Então doutor, eu estou...
- É virose!
- Mas doutor, eu sequer contei o que estou sentindo.
- Não importa, é virose. Está comprovado que 90% das pessoas que passam por aqui se curam com remédios para virose. Vou lhe receitar um!
- Mas doutor, eu estou preocupada!
- Ora, preocupada com o quê? Uma moça jovem como você provavelmente tem a saúde em dia, não precisa analisar, é virose!
- Mas como o senhor pode ter certeza se eu ainda não lhe contei quais são os meus sintomas?
- Tudo bem, se faz tanta questão diga quais são eles.
- Bom, eu amanheci com febre alta, sinto dor na garganta e...
- Como eu disse! Virose.
- Mas doutor,...
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Crônica
Depoimento da equipe do Blog
Logo que a proposta nos foi apresentada, sentimos que todo o grupo ficou animado e viu nela uma oportunidade a mais de trabalhar não só a Língua Portuguesa, mas também o senso crítico.
As nossas decisões sobre o desenvolvimento do blog, a partir da idéia da professora Flaviana, foram tomando forma nos intervalos das aulas, pela internet com e-mails e MSN e pelo telefone, em pouco mais de um mês, com muito esforço e dedicação não só da equipe, mas também da classe nomeada para acompanhar a criação.
Para que o serviço não pesasse para um só, tudo foi dividido entre a equipe. Alguns alunos ficaram com a criação do blog em si, outros com as postagens, um com ilustração, outros com divulgação, preparação da festa de lançamento entre outras tarefas.
A interação do grupo ficou maior, conseguimos superar algumas barreiras, compartilhar idéias e aprender a trabalhar a Internet, hoje tão banalizada,...
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Oficial
Relato de experiência - Profª. Flaviana Fagotti Bonifácio
Olimpíada de Língua Portuguesa - Escrevendo o Futuro
RELATO DE EXPERIÊNCIA
COTIL – COLÉGIO TÉCNICO DE LIMEIRA
PROFª. FLAVIANA FAGOTTI BONIFÁCIO
LIMEIRA/SP
Quando nos inscrevemos na Olimpíada de Língua Portuguesa, não tínhamos a mais vaga idéia de como as coisas iriam acontecer, de como o trabalho seria conduzido, de como seria o programa. Mas pensávamos que deveríamos aceitar o desafio, que não poderíamos ficar de fora dessa jornada e assim procedemos.
Ao verem a propaganda da Olimpíada na televisão, os alunos vieram nos consultar e felizmente mostraram-se curiosos e manifestaram o desejo de participar, pois já o fazem também com as conhecidas Olimpíadas de Matemática e Física e vêem nisso uma oportunidade de se auto-avaliarem, já que, na nossa escola, os estudantes almejam uma vaga na universidade ou no mercado de trabalho e reconhecem o valor das oportunidades que, por ventura, possam...
Recolhendo as cinzas - Ricardo Vilhar Peretti
O município de Cosmópolis, localizado no interior paulista, é conhecido pela hospitalidade de seus moradores e modo de vida tipicamente pacato. A cidade, que conta com alguns pontos comerciais e poucas indústrias, tem boa parte de sua renda ligada à produção e exportação do açúcar proveniente da cana, atividade desenvolvida pela usina local e que movimenta grandes quantias de dinheiro. O cultivo de cana-de-açúcar vem ganhando destaque até no cenário internacional, principalmente depois das discussões envolvendo países desenvolvidos e subdesenvolvidos quanto ao uso do biodiesel. O combustível, que pode ser extraído da planta, acaba deixando a nossa cidade em posição privilegiada e atrai cada vez mais investimentos. Entretanto, o que poucos sabem é que por trás desse crescimento há uma série de prejuízos, já que as queimadas nos canaviais ainda são freqüentes e normalmente feitas de maneira...
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